10 abril 2009

40 anos do Woodstock

No último parágrafo do seu artigo “Legado de Woodstock”, publicado no jornal Folha de São Paulo na última segunda-feira (06/4/2009), o jornalista Rui Castro escreveu:

“Em agosto, o mundo comemorará os 40 anos do festival de Woodstock. Outros acharão mais pertinente mencionar os 40 anos da volta de uma praga, e que, como qualquer mãe sabe, voltou para ficar. Haja detefon”.

Antes de tudo, é preciso deixar claro que a simples menção ao mais incrível (e maior) festival de rock de todos os tempos, já deixa qualquer coração hippie, como esse, radiante de felicidade.

No contexto da crônica, a praga a que o jornalista se refere talvez seja o piolho, que atacara naquela época e estaria retornando. Mas a interpretação poderia ser outra, bem diferente.

A maior praga, associada ao fim dos anos 1960 e ao movimento hippie, não foram os piolhos, o sexo livre nem o consumo exacerbado de drogas. A bandeira que os jovens dessa época levantaram era colorida, manchada com nuances de contestação, de revolta, de manifestação popular e de liberdade de expressão.

Essa é a praga que deveria estar de volta, a voz ativa do povo, como tão bem escreveu Chico Buarque. Não se acomodar, lutar, gritar, contestar, brigar pelos seus direitos, pelo que é moral, pelo bem coletivo, pelo bem social, pelo bem do Brasil, pelo bem do mundo!

Se todos nós nos rendêssemos, ao menos em parte, a esse resquício oriundo dos jovens (de espírito) de 40 anos atrás, talvez pudéssemos começar a mudar as coisas.


E com esse efeito metástase, quero ver quem teria “detefon” suficiente pra segurar!

Bruna Moraes

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente você também!