21 julho 2010

O Signo da Cidade (sou eu!)

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Quando eu era criança, vira e mexe alguém me chamava de Bruna Lombardi. Eu não me incomodava, mas também não amava de paixão. Lembro-me de ter perguntado ao meu pai quem era essa moça e ele me explicou que era uma apresentadora de TV muito bonita e que tinha olhos claros como os meus. Me contentei com a informação.

Foi apenas quando entrou em cartaz o filme “O Signo da Cidade” que a minha apatia inicial se transformou: Que mulher linda e talentosa era aquela? Desde que vi o trailer do filme me apaixonei. Um enredo sobre São Paulo, abordando todos os ‘tipos’ que habitam esta cidade incrível. Sensacional.

No filme, Bruna interpreta Teca, uma astróloga que além de atender seus clientes em casa ainda tem um programa de rádio no qual aconselha seus ouvintes de acordo com os astros. Numa das primeiras cenas do filme, perguntam-lhe qual a sua profissão e ela responde: “Eu leio as estrelas”. Uma respostas tão sutil quanto poesia, que só poderia ser encontrada num roteiro bem trabalhado e baseado em conhecimentos concretos, o qual Bruna ajudou seu marido e diretor do filme, Carlos Alberto Riccelli, a construir.

Confesso que na minha mente se confundem atriz e personagem, mas como tudo é uma coisa só, tento separar as qualidades das duas e cada vez me identifico mais. Os olhos claros, o cabelo loiro e a postura de mulher bem resolvida após os 40 que Bruna empresta para Teca me fascinam. Mas não mais que a dedicação de Teca às artes esotéricas, a decoração do apartamento, as roupas e a vontade de ajudar a todos.

Sou leiga em psicologia, mas se algum dos meus amigos psicólogos ler este post poderá explicar melhor, ou não, o que essa situação representa no meu id, ego, superego, arquétipo ou inconsciente coletivo (rs). Falando sério, acredito que haja sim um estudo psicológico sobre isso, que deve seguir mais ou menos essa linha: todo o meu fascínio tem origem na minha identificação pessoal com a personagem e uma suposta projeção para quando eu tiver mais de 40 anos.

Logo, de certa forma, ver Bruna Lombardi interpretando a Teca me fez unir no presente, meu passado e meu futuro. E eu me senti lisonjeada, ainda que tardiamente, por todos os elogios que recebi, sem saber, no começo da vida, de todos que ligavam meu nome e meus olhos verdes a essa linda atriz.
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08 julho 2010

O Teatro Mágico lança 2º DVD desejando, mais uma vez, ser pirateado


O Teatro Mágico, trupe originária de Osasco (região metropolitana de São Paulo) que mistura teatro, música, circo e poesia em seus shows, lança este mês o segundo DVD da carreira – o Segundo Ato. O projeto, que completa 7 anos de existência em 2010, cresceu através dos novos meios de interação na rede e se multiplicou graças a ajuda dos fãs.

Como todos os outros trabalhos, CD e DVD “Entrada pra Raros” e o CD “Segundo Ato”, o novo DVD será disponibilizado integralmente para download no site da banda. Um dos princípios fundamentais da trupe é justamente a distribuição gratuita de suas músicas e vídeos, fato que tem levado Fernando Anitelli às principais mesas de discussão sobre questões digitais e dos direitos autorais na rede e fez com que ele postergasse o lançamento do novo DVD até que o Itaú Cultural, parceiro neste projeto, colocasse a marca “creative commons” no produto.

Anitelli é um palhaço ativista político, ambiental e social. Ele é a personificação do paradoxo que nos é apresentado nas letras, como em: “se tudo que eu preciso se parece, por que é que não se junta tudo numa coisa só?”, trecho que exemplifica outro princípio da trupe: o rompimento das barreiras entre o público e os artistas. Como prova dessa interação, chegaram ao extremo de criar e gravar uma música inteira utilizando o twitter (O que se perde enquanto os olhos piscam?), tarefa arriscada e só possível tratando-se de um projeto que preza a liberdade e a união.

Com aparições no horário nobre da rede Globo, o que lhes garantiu a primeira posição no ranking das palavras mais citadas do twitter, a banda segue agregando capital simbólico e social ao nome, afastando-se, por ventura, do estigma de banda independente.

Curtiu? Informações e detalhes sobre o show de lançamento em: http://www.oteatromagico.mus.br

02 julho 2010

Um best seller para poucos

 
As 489 páginas d’O Símbolo Perdido, a nova obra do consagrado escritor americano Dan Brown, foram devoradas por mim em menos de uma semana. Também, pudera, o professor Robert Langdon me conquistou em suas duas primeiras aventuras: no Vaticano (Anjos e Demônios) e em Paris (O Código da Vinci) e eu aguardava ansiosamente pela sua próxima empreitada. Pra completar, o tema central do novo livro é a Maçonaria, instituição milenar que sempre me provocou intensa admiração e encanto.

A história é envolvente e mais uma vez um paralelo entre ciência e religião é traçado, com a intenção de se demonstrar que uma corrobora com os preceitos da outra. Somos apresentados a um novo ramo da ciência, conhecida no campo como noética, mas popularmente chamada de ciência esotérica, por estar conseguindo provar cientificamente conceitos em que os esotéricos já acreditam há muito tempo, como a força do pensamento.

Um aspecto interessante é o de que neste livro Langdon é menos super poderoso do que nos anteriores, sendo várias as situações em que ele se vê perdido e em outras tantas é obrigado a ouvir explicações, e aprende, logo, o professor torna-se aluno.

Aos conhecedores de ocultismo o livro não tem muito que acrescentar apenas algumas curiosidades e um ou outro símbolo que possa ter passado despercebido, mas tudo dentro das ciências ocultas, sem surpresas ou super revelações. Já para os que ignoram o tema é um prato cheio, contanto que possuam a mente aberta para viajar nas novas idéias e conhecimentos apresentados.

Mas o grupo de leitores que eu gostaria de destacar é o de não ocultistas e com a mente fechada, dogmatizada por alguma crença (religiosa ou filosófica). Esses não entenderão e aposto que não conseguirão sequer terminar de lê-lo. A concepção de Deus como plural (Elohim como é chamado no antigo testamento) é difícil de explicar para quem sempre ligou essa palavra a um senhor de barbas brancas, com um cajado na mão, sentado em uma cadeira de espaldar alto, banhada a ouro e colocada em cima de uma nuvem...

Fico feliz que um livro com preceitos de Best seller aborde tais conhecimentos, embora seja difícil a sua total compreensão num mundo majoritariamente monoteísta. A esperança é de que ele possa despertar alguém da inércia e fazer com que supere a Maya. Pode ser que estejam jogando pérolas aos porcos, mas temos sempre a esperança de que todos eles possam se tornar Bola’s de Neve....