02 julho 2010

Um best seller para poucos

 
As 489 páginas d’O Símbolo Perdido, a nova obra do consagrado escritor americano Dan Brown, foram devoradas por mim em menos de uma semana. Também, pudera, o professor Robert Langdon me conquistou em suas duas primeiras aventuras: no Vaticano (Anjos e Demônios) e em Paris (O Código da Vinci) e eu aguardava ansiosamente pela sua próxima empreitada. Pra completar, o tema central do novo livro é a Maçonaria, instituição milenar que sempre me provocou intensa admiração e encanto.

A história é envolvente e mais uma vez um paralelo entre ciência e religião é traçado, com a intenção de se demonstrar que uma corrobora com os preceitos da outra. Somos apresentados a um novo ramo da ciência, conhecida no campo como noética, mas popularmente chamada de ciência esotérica, por estar conseguindo provar cientificamente conceitos em que os esotéricos já acreditam há muito tempo, como a força do pensamento.

Um aspecto interessante é o de que neste livro Langdon é menos super poderoso do que nos anteriores, sendo várias as situações em que ele se vê perdido e em outras tantas é obrigado a ouvir explicações, e aprende, logo, o professor torna-se aluno.

Aos conhecedores de ocultismo o livro não tem muito que acrescentar apenas algumas curiosidades e um ou outro símbolo que possa ter passado despercebido, mas tudo dentro das ciências ocultas, sem surpresas ou super revelações. Já para os que ignoram o tema é um prato cheio, contanto que possuam a mente aberta para viajar nas novas idéias e conhecimentos apresentados.

Mas o grupo de leitores que eu gostaria de destacar é o de não ocultistas e com a mente fechada, dogmatizada por alguma crença (religiosa ou filosófica). Esses não entenderão e aposto que não conseguirão sequer terminar de lê-lo. A concepção de Deus como plural (Elohim como é chamado no antigo testamento) é difícil de explicar para quem sempre ligou essa palavra a um senhor de barbas brancas, com um cajado na mão, sentado em uma cadeira de espaldar alto, banhada a ouro e colocada em cima de uma nuvem...

Fico feliz que um livro com preceitos de Best seller aborde tais conhecimentos, embora seja difícil a sua total compreensão num mundo majoritariamente monoteísta. A esperança é de que ele possa despertar alguém da inércia e fazer com que supere a Maya. Pode ser que estejam jogando pérolas aos porcos, mas temos sempre a esperança de que todos eles possam se tornar Bola’s de Neve....

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente você também!