02 outubro 2010

Voto de protesto: contra o quê?

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A cada eleição cresce o número de candidatos conhecidos pela população, mas de ambientes muito distintos da política. São cantores, atores, jogadores de futebol, dançarinas e até humoristas, que surgem tentando uma vaga em uma área que profissionalmente desconhecem.

Discutir política no Brasil, um pais que comprou a sua independência e que dá mais valor ao Carnaval do que à educação, é complicado. O voto é obrigatório e grande parte do eleitorado não enxerga uma relação direta entre o que escolhe nas urnas e uma melhoria efetiva em sua qualidade de vida.

Mesmo entre quem possui um grau aceitável de instrução é difícil encontrar alguém que saiba detalhadamente quais as obrigações e a área de atuação de um político, sobretudo no âmbito legislativo. Assim, o que chega ao conhecimento do público são apenas os escândalos que são noticiados pela imprensa. Os projetos de lei, de emendas parlamentares e sanções discutidos diariamente na Câmara e no Senado, raramente vêm a público.

“Nenhum político presta” e “Eles só pensam em dinheiro” são frases amplamente repetidas, principalmente em época de eleições. Mas mesmo que essa generalização fosse verdade, protestar votando em uma pessoa despreparada chega a ser um contra-senso, pois por mais boa vontade que se tenha, o que a levou a essa aventura? É utópico pensar que algum dos candidatos famosos esteja lutando por um Brasil melhor e não atrás do salário e benefícios que a vida pública traz e que não são poucos.

Embora qualquer cidadão, brasileiro e maior de idade, possa se candidatar, isso não garante que ele saiba o que fazer quando eleito. Os “políticos de carteirinha” pelo menos possuem experiência e formação teórica especifica para exercer o cargo ao qual estão, mais uma vez, concorrendo.
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