Raul não morreu
Vinte e um anos após a sua morte, Raul Seixas ainda mobiliza multidões
Vinte e um anos após a sua morte, Raul Seixas ainda mobiliza multidões
Cerca de duas mil pessoas participaram na tarde deste sábado, 21 de agosto, da passeata que percorreu a distância entre o Theatro Municipal e a Praça da Sé, em homenagem aos 21 anos da morte do cantor e compositor baiano Raul Seixas. Conhecida como “Passeata Raul Seixas”, o evento acontece desde 1990 no dia da morte do cantor e percorre tradicionalmente o mesmo trajeto no centro da cidade de São Paulo.
Na manhã de sábado, muitos fãs já se concentravam em frente ao Theatro Municipal onde foi iniciado o consumo de bebidas alcoólicas e os primeiros acordes e gritos de “Toca Raul” já puderam ser ouvidos.
Às 18h, a multidão que se formou ao longo do dia seguiu rumo à Praça da Sé, atrás de um triciclo gigantesco, uma espécie de mini trioelétrico, pertencente a um dos principais covers de Raul, Penna Seixas, que durante todo o percurso dublou as músicas irradiadas pelos alto-falantes.
O público presente era heterogêneo. Fãs que acompanharam o trabalho do ídolo desde os primeiros discos misturam-se com adolescente nascidos após a sua morte. Além disso, o público do cantor não é composto apenas de “malucos-beleza”, entre camisetas pretas estampadas com o símbolo da Sociedade Alternativa, letras de músicas e fotos de Raulzito, é possível encontrar homens vestidos com roupas quase sociais e mulheres com trajes finos.
Opinião unânime entre os participantes: ser fã de Raul Seixas difere da idolatria por outros artistas. “As passeatas do Raul são incríveis. Não tem como descrever a sensação. Que outro artista consegue fazer isso?”, comenta Guilhernina Santos, 33, observando a multidão aglomerada em frente à Catedral da Sé, entre a música alta e gritos de “Raul! Raul! Raul!”
Outros gritos são ecoados durante a passeata, desde os tradicionais “Viva a Sociedade Alternativa” e “Toca Raul” até mensagens pouco elogiosas ao prefeito da cidade. O orgulho de estar fazendo aquilo em homenagem a um ídolo é perceptível e frases como “É Raullllll!” e “Isso aqui é só uma vez por ano” podem ser ouvidas em vários grupinhos.
Em meio à multidão, e sem destaque nenhum, estão as principais estrelas do universo raulseixista: Sylvio Passos, 46, paulistano que conviveu com Raul durante os últimos anos de sua vida e fundou do Raul Rock Club e Edy Star, 63, baiano que junto com Raul e outros três amigos gravou o LP Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta: sessão das dez.
Com o passar das horas, a multidão vai dispersando-se. Rodinhas de amigos formam-se, cada uma com seus próprios violões, garrafas de vinho e latinhas de cerveja e máquinas fotográficas.
Entre as várias faixas e bandeiras expostas, uma dizia: “Eu vou-me embora apostando em vocês”. Trata-se de um trecho da música A geração da Luz, que traduz o espírito dos que participaram da passeata: dar continuidade a obra de Raul Seixas.
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Na manhã de sábado, muitos fãs já se concentravam em frente ao Theatro Municipal onde foi iniciado o consumo de bebidas alcoólicas e os primeiros acordes e gritos de “Toca Raul” já puderam ser ouvidos.
Às 18h, a multidão que se formou ao longo do dia seguiu rumo à Praça da Sé, atrás de um triciclo gigantesco, uma espécie de mini trioelétrico, pertencente a um dos principais covers de Raul, Penna Seixas, que durante todo o percurso dublou as músicas irradiadas pelos alto-falantes.
O público presente era heterogêneo. Fãs que acompanharam o trabalho do ídolo desde os primeiros discos misturam-se com adolescente nascidos após a sua morte. Além disso, o público do cantor não é composto apenas de “malucos-beleza”, entre camisetas pretas estampadas com o símbolo da Sociedade Alternativa, letras de músicas e fotos de Raulzito, é possível encontrar homens vestidos com roupas quase sociais e mulheres com trajes finos.
Opinião unânime entre os participantes: ser fã de Raul Seixas difere da idolatria por outros artistas. “As passeatas do Raul são incríveis. Não tem como descrever a sensação. Que outro artista consegue fazer isso?”, comenta Guilhernina Santos, 33, observando a multidão aglomerada em frente à Catedral da Sé, entre a música alta e gritos de “Raul! Raul! Raul!”
Outros gritos são ecoados durante a passeata, desde os tradicionais “Viva a Sociedade Alternativa” e “Toca Raul” até mensagens pouco elogiosas ao prefeito da cidade. O orgulho de estar fazendo aquilo em homenagem a um ídolo é perceptível e frases como “É Raullllll!” e “Isso aqui é só uma vez por ano” podem ser ouvidas em vários grupinhos.
Em meio à multidão, e sem destaque nenhum, estão as principais estrelas do universo raulseixista: Sylvio Passos, 46, paulistano que conviveu com Raul durante os últimos anos de sua vida e fundou do Raul Rock Club e Edy Star, 63, baiano que junto com Raul e outros três amigos gravou o LP Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta: sessão das dez.
Com o passar das horas, a multidão vai dispersando-se. Rodinhas de amigos formam-se, cada uma com seus próprios violões, garrafas de vinho e latinhas de cerveja e máquinas fotográficas.
Entre as várias faixas e bandeiras expostas, uma dizia: “Eu vou-me embora apostando em vocês”. Trata-se de um trecho da música A geração da Luz, que traduz o espírito dos que participaram da passeata: dar continuidade a obra de Raul Seixas.
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