08 janeiro 2012

Metonímia sociológica

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...são estratégias que o escritor pode aplicar no texto para conseguir um efeito determinado na interpretação do leitor...

Se a vida fosse uma prova de português, muita gente ficaria com zero nesta questão. O uso errado de uma figura de linguagem pode causar falhas que prejudicarão a interpretação correta do texto. 

Aqui temos texto como uma sequência de palavras – ou de atos expressos em palavras – que podem ser entendidos por um determinado grupo de pessoas em uma situação específica. 

No texto ao qual me refiro nas entrelinhas, uma sinédoque foi utilizada inadequada e equivocadamente. Admito que o uso da metonímia na vida pode facilitar a nossa relação com as pessoas, principalmente em relação à assimilação e aproximação, mas é preciso ter cuidado. 

A sinédoque, como ramificação metonímica, pode causar julgamentos parciais e conduzir a conclusões inverídicas. Se anexa então a pessoas brincantes, as conquências podem ser ainda mais profundas e atingir níveis só contemplados antes na ficção, causando surpresa, perplexidade e, claro, irreverência.

Aliás, “diga-me com quem andas que eu te direi quem és” é um bom exemplo de sinédoque sociológica. Você é aquilo que todos os com quem você anda são – a parte pelo todo (ou o todo pela parte).

Atenção: Antes de dizer quem é pelo simples julgamento de com quem anda, é imprescindível que investiguemos se, de fato, os caminhos por onde andam são os mesmos.

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