28 dezembro 2010

Clarice explica

-
Um dia desses uma amiga me perguntou por que apesar de termos certeza de que “a pessoa certa” ou "o homem dos nossos sonhos" não existe, continuamos procurando.

Eu não sabia a resposta, mas me veio instantaneamente à cabeça um trecho do conto Perdoando Deus, do livro Felicidade Clandestina da genial Clarice Lispector, que talvez esclareça um pouco a questão...


"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva..."

.

21 novembro 2010

A importância dos pequenos gestos

-
Mudanças pequenas unidas resultam na transformação do todo, que é muito maior do que a simples junção de todas as suas partes. Alterações no cotidiano e na rotina (essa palavra que me dá até arrepios) são fundamentais.

As coisas das quais você sempre gostou não vão deixar de ser legais, mas a repetição delas pode te cegar para as outras oportunidades da vida. Aquela música continuará sendo linda e você a admirará ainda mais quando ouví-la após um longo período de abstinência.

Nada é estático no mundo. As energias sutis existem e basta que saibamos entendê-las e usá-las a nosso favor.

Dê um tempo do mundo. Tire um tempo pra você. Seja essência e não tema o novo. Experiências são sempre positivas. Para cima e para frente porque o mundo é nosso. 
.

07 novembro 2010

Sobre "Bola de Neve"

.
Acabei de reler o texto que eu escrevi e publiquei aqui sobre o livro O Símbolo Perdido, de Dan Brown. Percebi que o último parágrafo pode ter ficado um pouco confuso, porque eu misturei algumas influências sem esclarecer de onde elas saíram.

Ao falar em “jogar pérolas aos porcos” com a esperança de que algum deles se torne “um Bola de Neve” eu me referia ao porquinho mais esperto, e do bem, do livro A Revolução dos Bichos, clássico do grande George Orwell.

Li essa fábula moderna aos 15 anos e a compreensão que eu tenho até hoje dos regimes de governo em muito corrobora com a visão exposta no livro. Deixo essa dica de leitura. E lembre-se: qualquer semelhança com o que vemos hoje no Brasil, e no mundo, é mera coincidência. Ou não.
_

04 novembro 2010

Ser panela sendo tampa

.
Por esses dias lembrei de um pensamento da infância: eu tinha plena convicção de que todos nós possuíamos uma alma gêmea, a tampa da nossa panela, alguém já pré-definido antes do nosso nascimento, com quem nos encontraríamos aqui na Terra e ao lado de quem seriamos felizes.

Eu considerava, muito seriamente, que só haveria um homem que uma mulher amaria de verdade e vice-versa. Por isso, quando assistia nas novelas casos de triângulos amorosos, ficava sem entender... Por que aquela mulher insiste em ficar com o Juvenal se ele já é casado, e amado, pela Janaina?

Precisou a adolescência chegar para eu me dissuadir dessa verdade tão insipiente. Pensei, observei e entendi. Talvez haja mesmo algum pré agendamento celeste para questões do coração, mas quem disse que os seres humanos gostam de respeitar regras?

Hoje eu sei que se apaixonar pela tampa da panela do vizinho não é nenhum absurdo. Absurdo seria uma panela ter encaixe pra duas tampas.

Não adianta querer achar razão para o coração nem mesmo fazê-lo entender que há o certo e o errado. Não há anel de metal, papel assinado ou palavra dita diante de figuras simbólicas que contradigam o valor de um olhar, de um sorriso ou de um abraço.

Certo dia, me disseram que os humanos ainda não conseguiram superar as questões emocionais. Isso é verdade. A paixão domina como nenhum outro sentimento, a ponto de cegar. É tão irresistível e tão grande que não há quem seja capaz de atirar a primeira pedra por já não ter feito uma loucura apaixonada...

 .

31 outubro 2010

Hoje, caí de paraquedas num sarau na Biblioteca de São Paulo e adorei a experiência. Um dos poemas recitados foi "Moda do Corajoso" do brilhande Mário de Andrade. Não o conhecia, e meus olhos encheram-se de lágrimas ao ouvir os versos que muito sabiam dos meus sentimentos.

Divido com vocês o poema que me emocionou. A sensatez e a lucidez do poeta são o que mais me impressiona. É tudo verdade. (Principalmente a parte que diz que em 5 meses a paixão será arquivada...)

Moda do Corajoso  

(Mário de Andrade)

Maria dos meus pecados...
Maria, viola de amor...

Já sei que não tem propósito
Gostar de donas casadas,
Mas quem que pode com o peito!
Amar não é desrespeito,
Meu amor terá seu fim.
Maria há-de ter um fim.

Quem sofre sou eu, que importa
Pros outros meu sofrimentos?
Já estou curando a ferida.
Se dando tempo pro tempo
Toda paixão é esquecida.
Maria será esquecida.

Que bonita que ela é!... Não
Me esqueço dela um momento!
Porém não dou cinco meses,
Acabarão as fraquezas
E a paixão será arquivada.
Maria será arquivada.

Por enquanto isso é impossível.
O meu corpo encasquetou
De não gostar sinão duma...
Pois, pra não fazer feiúra,
Meu espírito sublima
O fogo devorador.
Faz da paixão uma prima,
Faz do desejo um bordão,
E encabulado ponteia
A malvadeza do amor.

Maria, viola de amor!...

02 outubro 2010

Voto de protesto: contra o quê?

 .
A cada eleição cresce o número de candidatos conhecidos pela população, mas de ambientes muito distintos da política. São cantores, atores, jogadores de futebol, dançarinas e até humoristas, que surgem tentando uma vaga em uma área que profissionalmente desconhecem.

Discutir política no Brasil, um pais que comprou a sua independência e que dá mais valor ao Carnaval do que à educação, é complicado. O voto é obrigatório e grande parte do eleitorado não enxerga uma relação direta entre o que escolhe nas urnas e uma melhoria efetiva em sua qualidade de vida.

Mesmo entre quem possui um grau aceitável de instrução é difícil encontrar alguém que saiba detalhadamente quais as obrigações e a área de atuação de um político, sobretudo no âmbito legislativo. Assim, o que chega ao conhecimento do público são apenas os escândalos que são noticiados pela imprensa. Os projetos de lei, de emendas parlamentares e sanções discutidos diariamente na Câmara e no Senado, raramente vêm a público.

“Nenhum político presta” e “Eles só pensam em dinheiro” são frases amplamente repetidas, principalmente em época de eleições. Mas mesmo que essa generalização fosse verdade, protestar votando em uma pessoa despreparada chega a ser um contra-senso, pois por mais boa vontade que se tenha, o que a levou a essa aventura? É utópico pensar que algum dos candidatos famosos esteja lutando por um Brasil melhor e não atrás do salário e benefícios que a vida pública traz e que não são poucos.

Embora qualquer cidadão, brasileiro e maior de idade, possa se candidatar, isso não garante que ele saiba o que fazer quando eleito. Os “políticos de carteirinha” pelo menos possuem experiência e formação teórica especifica para exercer o cargo ao qual estão, mais uma vez, concorrendo.
_

11 setembro 2010

Edy é Star

Com plumas, paetês, lantejoulas e muita animação,
cantor baiano continua brilhando aos 72 anos

No palco, com o 3º figurino
    Ele nasceu Edivaldo Sousa, na Bahia, em 10 de janeiro de 1938. Hoje, aos 72 anos, é reconhecido internacionalmente como Edy Star, cantor, ator, dançarino, produtor e artista plástico. Sua carreira polivalente teve início nos anos 1960 no seu estado natal. Mesmo local onde conheceu Raul Seixas, amigo que também admirava Elvis Presley e com quem, anos mais tarde, e com mais dois amigos, gravaria o épico LP: “Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta: Sessão das dez”.
  
Em 2010, de volta ao Brasil após 15 anos vivendo na Espanha, Edy Star é ovacionado pelos fãs de carteirinha de Raul Seixas. Sua apresentação na Virada Cultural 2009 foi considerada a melhor do palco “Toca Raul”, fato que lhe rendeu convite para repetir a apresentação em 2010. Edy voltou então ao Brasil e pretende continuar por aqui, morando em São Paulo: “Se Raul conseguiu, eu também consigo”, brinca.
 
No último sábado, ele se apresentou na Galeria Olido, no centro da cidade. No mesmo formato do show executado na Virada Cultural 2010: “Sociedade Kavernista Toca Raul”, ele é acompanhado pela banda “Caverna Guitar Band”, duas back vocals e pelo baixista Lu Stopa.
  
Com a platéia lotada, sobretudo por fãs de Raul Seixas que idolatram também Edy por ele ser o “último kavernista” vivo, o show começou sem ele no palco, e após a execução de uma música na voz do guitarrista Caverna, as luzes do teatro iluminaram a platéia e lá, com microfone na mão, cabelos negros encaracolados esvoaçantes e com um lenço no pescoço, vemos a estrela: o show começou.
  
Após recitar: “Todo jornal que eu leio, me diz que a gente já era, que já não é mais primavera”, trecho de Baby, música que Raul gravou no fim dos anos 1980, Star corre em direção ao palco e se joga, rolando pelo tablado.
  
Edy se movimenta pelo palco com a segurança de quem sabe o que está fazendo. Durante o espetáculo muitas vezes o ator se sobressai ao cantor e entre uma música e outra deixa os outros músicos sozinhos no palco animando a platéia, enquanto vai ao camarim trocar de roupa para o próximo ato.
  
O lenço com camiseta preta básica é trocado por um terno cinza bordado com lantejoulas brilhantes na gola. Ele agora é um boêmio e canta a seresta que dá nome ao LP famoso “Sessão das Dez”, com direito a performances efusivas e elucidativas.
  
Então, Edy transforma-se no “Moleque Maravilho” citado na próxima música que interpreta. De All Star, calça jeans e camiseta preta de um Fã Clube do Raul, mas sem tirar os colares e pulseiras de strass brilhantes, ele rejuvenesce meio século e vira um adolescente aos olhos da platéia animada.
  
Outras duas camisetas com estampas do Raul seriam utilizadas ainda naquela noite, além de uma camisa de flanela cinza e preta doada a ele pela esposa do cantor e compositor Zé Rodrix, falecido no ano passado, com a qual Edy interpretou “Jesus numa moto”, em sua homenagem.
  
O ato final é marcado por um Edy ainda mais animado e festivo. Com uma blusa de paetês pretos e uma capa branca com o símbolo da Sociedade Alternativa, ele desliza pelo palco feito um super herói, agradece aos presentes, aos músicos e a casa.
 
Após o show, não há segurança nem restrições para entrar em seu camarim. Lá, mesmo cansado e ainda trocando de roupa, ele recebe os fãs, em sua maioria já conhecidos e até já considerados amigos. Atende pacientemente a todos os pedidos de fotos, brinca com os presentes, abraça um menino e diz que vai levá-lo para a Espanha e apresentá-lo como seu noivo: “Lá na Espanha não falamos namorado, dizemos que é nosso ‘noivo’”, brinca o bem humorado cantor baiano.
 
A noite dele só terminaria horas mais tarde, em um bar ali mesmo no centro da cidade, numa mesa com as mesmas pessoas que participaram do show, mas agora sem distinções entre público e platéia. Assim como um rei que nunca perde a majestade, Edy é numa estrela que nunca deixará de brilhar.

__

28 agosto 2010

Raul não morreu

Vinte e um anos após a sua morte, Raul Seixas ainda mobiliza multidões

Cerca de duas mil pessoas participaram na tarde deste sábado, 21 de agosto, da passeata que percorreu a distância entre o Theatro Municipal e a Praça da Sé, em homenagem aos 21 anos da morte do cantor e compositor baiano Raul Seixas. Conhecida como “Passeata Raul Seixas”, o evento acontece desde 1990 no dia da morte do cantor e percorre tradicionalmente o mesmo trajeto no centro da cidade de São Paulo. 

Na manhã de sábado, muitos fãs já se concentravam em frente ao Theatro Municipal onde foi iniciado o consumo de bebidas alcoólicas e os primeiros acordes e gritos de “Toca Raul” já puderam ser ouvidos.

Às 18h, a multidão que se formou ao longo do dia seguiu rumo à Praça da Sé, atrás de um triciclo gigantesco, uma espécie de mini trioelétrico, pertencente a um dos principais covers de Raul, Penna Seixas, que durante todo o percurso dublou as músicas irradiadas pelos alto-falantes.

O público presente era heterogêneo. Fãs que acompanharam o trabalho do ídolo desde os primeiros discos misturam-se com adolescente nascidos após a sua morte. Além disso, o público do cantor não é composto apenas de “malucos-beleza”, entre camisetas pretas estampadas com o símbolo da Sociedade Alternativa, letras de músicas e fotos de Raulzito, é possível encontrar homens vestidos com roupas quase sociais e mulheres com trajes finos.

Opinião unânime entre os participantes: ser fã de Raul Seixas difere da idolatria por outros artistas. “As passeatas do Raul são incríveis. Não tem como descrever a sensação. Que outro artista consegue fazer isso?”, comenta Guilhernina Santos, 33, observando a multidão aglomerada em frente à Catedral da Sé, entre a música alta e gritos de “Raul! Raul! Raul!”

Outros gritos são ecoados durante a passeata, desde os tradicionais “Viva a Sociedade Alternativa” e “Toca Raul” até mensagens pouco elogiosas ao prefeito da cidade. O orgulho de estar fazendo aquilo em homenagem a um ídolo é perceptível e frases como “É Raullllll!” e “Isso aqui é só uma vez por ano” podem ser ouvidas em vários grupinhos.

Em meio à multidão, e sem destaque nenhum, estão as principais estrelas do universo raulseixista: Sylvio Passos, 46, paulistano que conviveu com Raul durante os últimos anos de sua vida e fundou do Raul Rock Club e Edy Star, 63, baiano que junto com Raul e outros três amigos gravou o LP Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta: sessão das dez.

Com o passar das horas, a multidão vai dispersando-se. Rodinhas de amigos formam-se, cada uma com seus próprios violões, garrafas de vinho e latinhas de cerveja e máquinas fotográficas.

Entre as várias faixas e bandeiras expostas, uma dizia: “Eu vou-me embora apostando em vocês”. Trata-se de um trecho da música A geração da Luz, que traduz o espírito dos que participaram da passeata: dar continuidade a obra de Raul Seixas.
_

25 agosto 2010

 O Guardião do Baú
Sylvio Passos, amigo e fundador do fã-clube oficial
de Raul Seixas, dedica sua vida a preservação da memória do ídolo

“As coisas do Raul sozinhas não fazem nada”. É com esse pensamento que o paulistano Sylvio Passos dedica a sua vida à conservação e promoção da obra do baiano Raul Santos Seixas. Sobrevive com o seu trabalho como produtor, o que lhe absorve integralmente o tempo, e não traz o retorno financeiro estimado por quem o observa lidando com a obra do pai do rock brasileiro.

Aos 17 anos, Sylvio Passos era apenas mais um fã de Raul Seixas. Foi nessa época que surgiu a ideia de montar um fã-clube para o ídolo. Por meio de um anúncio no jornal,  conseguiu o telefone da casa de Raul e resolveu ligar: “Alô, Raul? Aqui é o Sylvio...” e Raul lhe respondeu: “Sílvio? Sílvio Santos? Sim, eu aceito tocar no seu programa!”. Após desfazer a confusão, contou que pretendia fundar um fã-clube em sua homenagem e, surpreso, Raul o convidou para um almoço em seu apartamento, em São Paulo, local que Sylvio passaria a frequentar assiduamente durante os anos seguintes.

Hoje, aos 46 anos, Sylvio é a principal fonte quando o assunto é Raul Seixas. Foi a ele que Raul confiou o seu baú pessoal, recheado de todos os tipos de objetos – de cadernos escritos durante a infância a roupas e letras de músicas inéditas. “Nós éramos amigos e ele confiava muito em mim, me entregava tudo. Até o dinheiro dele ficava comigo”, conta. Além disso, seu acervo possui outros objetos que lhes foram doados pela mãe, pelas ex-mulheres e pelos amigos do cantor baiano.

Tido por muitos como o filho homem que Raul não teve, para explicar essa relação, Sylvio cita uma frase que escutou de Dona Maria Eugênia, mãe do Maluco Beleza: “Sylvio, Raulzito gosta demais de você e eu sei que você aprende muito com ele. Mas, mesmo sendo um garoto ainda, nunca se esqueça que ele também aprende muito contigo.“ A diferença de idade logo foi deixada de lado assim como a distância fã-ídolo.

Sylvio faz o que pode para manter viva a obra de seu grande ídolo e amigo: já produziu CDs com músicas inéditas, escreveu livros, incentiva e promove shows de covers, além de participar ativamente de comunidades virtuais e manter o “Raul Rock Club”, maior fã-clube do país, por quase 30 anos, tendo encerrado oficialmente as suas atividades em 2009 devido a confusões na justiça referentes aos direitos autorais.

Todo o seu acervo de material “raulseixista” faz parte da “Expo Raul”, exposição organizada por ele que viajou várias partes do país. “Raul não me entregou todo esse material para eu guardar em casa porque eu sou um fã-colecionador. O cara me passou uma grande responsabilidade e eu tenho que passar isso para frente”, deseja Passos.

Sylvio está envolvido atualmente com dois projetos: o lançamento do documentário “O início, o fim e o meio” do diretor Walter Carvalho, com estreia prevista para o mês de outubro, e no auxílio ao escritor Edmundo Leite, que há cinco anos pesquisa a vida e a obra de Raul para escrever biografia, tida como a mais minuciosa e detalhada publicada até hoje.

21 julho 2010

O Signo da Cidade (sou eu!)

 -

Quando eu era criança, vira e mexe alguém me chamava de Bruna Lombardi. Eu não me incomodava, mas também não amava de paixão. Lembro-me de ter perguntado ao meu pai quem era essa moça e ele me explicou que era uma apresentadora de TV muito bonita e que tinha olhos claros como os meus. Me contentei com a informação.

Foi apenas quando entrou em cartaz o filme “O Signo da Cidade” que a minha apatia inicial se transformou: Que mulher linda e talentosa era aquela? Desde que vi o trailer do filme me apaixonei. Um enredo sobre São Paulo, abordando todos os ‘tipos’ que habitam esta cidade incrível. Sensacional.

No filme, Bruna interpreta Teca, uma astróloga que além de atender seus clientes em casa ainda tem um programa de rádio no qual aconselha seus ouvintes de acordo com os astros. Numa das primeiras cenas do filme, perguntam-lhe qual a sua profissão e ela responde: “Eu leio as estrelas”. Uma respostas tão sutil quanto poesia, que só poderia ser encontrada num roteiro bem trabalhado e baseado em conhecimentos concretos, o qual Bruna ajudou seu marido e diretor do filme, Carlos Alberto Riccelli, a construir.

Confesso que na minha mente se confundem atriz e personagem, mas como tudo é uma coisa só, tento separar as qualidades das duas e cada vez me identifico mais. Os olhos claros, o cabelo loiro e a postura de mulher bem resolvida após os 40 que Bruna empresta para Teca me fascinam. Mas não mais que a dedicação de Teca às artes esotéricas, a decoração do apartamento, as roupas e a vontade de ajudar a todos.

Sou leiga em psicologia, mas se algum dos meus amigos psicólogos ler este post poderá explicar melhor, ou não, o que essa situação representa no meu id, ego, superego, arquétipo ou inconsciente coletivo (rs). Falando sério, acredito que haja sim um estudo psicológico sobre isso, que deve seguir mais ou menos essa linha: todo o meu fascínio tem origem na minha identificação pessoal com a personagem e uma suposta projeção para quando eu tiver mais de 40 anos.

Logo, de certa forma, ver Bruna Lombardi interpretando a Teca me fez unir no presente, meu passado e meu futuro. E eu me senti lisonjeada, ainda que tardiamente, por todos os elogios que recebi, sem saber, no começo da vida, de todos que ligavam meu nome e meus olhos verdes a essa linda atriz.
_

08 julho 2010

O Teatro Mágico lança 2º DVD desejando, mais uma vez, ser pirateado


O Teatro Mágico, trupe originária de Osasco (região metropolitana de São Paulo) que mistura teatro, música, circo e poesia em seus shows, lança este mês o segundo DVD da carreira – o Segundo Ato. O projeto, que completa 7 anos de existência em 2010, cresceu através dos novos meios de interação na rede e se multiplicou graças a ajuda dos fãs.

Como todos os outros trabalhos, CD e DVD “Entrada pra Raros” e o CD “Segundo Ato”, o novo DVD será disponibilizado integralmente para download no site da banda. Um dos princípios fundamentais da trupe é justamente a distribuição gratuita de suas músicas e vídeos, fato que tem levado Fernando Anitelli às principais mesas de discussão sobre questões digitais e dos direitos autorais na rede e fez com que ele postergasse o lançamento do novo DVD até que o Itaú Cultural, parceiro neste projeto, colocasse a marca “creative commons” no produto.

Anitelli é um palhaço ativista político, ambiental e social. Ele é a personificação do paradoxo que nos é apresentado nas letras, como em: “se tudo que eu preciso se parece, por que é que não se junta tudo numa coisa só?”, trecho que exemplifica outro princípio da trupe: o rompimento das barreiras entre o público e os artistas. Como prova dessa interação, chegaram ao extremo de criar e gravar uma música inteira utilizando o twitter (O que se perde enquanto os olhos piscam?), tarefa arriscada e só possível tratando-se de um projeto que preza a liberdade e a união.

Com aparições no horário nobre da rede Globo, o que lhes garantiu a primeira posição no ranking das palavras mais citadas do twitter, a banda segue agregando capital simbólico e social ao nome, afastando-se, por ventura, do estigma de banda independente.

Curtiu? Informações e detalhes sobre o show de lançamento em: http://www.oteatromagico.mus.br

02 julho 2010

Um best seller para poucos

 
As 489 páginas d’O Símbolo Perdido, a nova obra do consagrado escritor americano Dan Brown, foram devoradas por mim em menos de uma semana. Também, pudera, o professor Robert Langdon me conquistou em suas duas primeiras aventuras: no Vaticano (Anjos e Demônios) e em Paris (O Código da Vinci) e eu aguardava ansiosamente pela sua próxima empreitada. Pra completar, o tema central do novo livro é a Maçonaria, instituição milenar que sempre me provocou intensa admiração e encanto.

A história é envolvente e mais uma vez um paralelo entre ciência e religião é traçado, com a intenção de se demonstrar que uma corrobora com os preceitos da outra. Somos apresentados a um novo ramo da ciência, conhecida no campo como noética, mas popularmente chamada de ciência esotérica, por estar conseguindo provar cientificamente conceitos em que os esotéricos já acreditam há muito tempo, como a força do pensamento.

Um aspecto interessante é o de que neste livro Langdon é menos super poderoso do que nos anteriores, sendo várias as situações em que ele se vê perdido e em outras tantas é obrigado a ouvir explicações, e aprende, logo, o professor torna-se aluno.

Aos conhecedores de ocultismo o livro não tem muito que acrescentar apenas algumas curiosidades e um ou outro símbolo que possa ter passado despercebido, mas tudo dentro das ciências ocultas, sem surpresas ou super revelações. Já para os que ignoram o tema é um prato cheio, contanto que possuam a mente aberta para viajar nas novas idéias e conhecimentos apresentados.

Mas o grupo de leitores que eu gostaria de destacar é o de não ocultistas e com a mente fechada, dogmatizada por alguma crença (religiosa ou filosófica). Esses não entenderão e aposto que não conseguirão sequer terminar de lê-lo. A concepção de Deus como plural (Elohim como é chamado no antigo testamento) é difícil de explicar para quem sempre ligou essa palavra a um senhor de barbas brancas, com um cajado na mão, sentado em uma cadeira de espaldar alto, banhada a ouro e colocada em cima de uma nuvem...

Fico feliz que um livro com preceitos de Best seller aborde tais conhecimentos, embora seja difícil a sua total compreensão num mundo majoritariamente monoteísta. A esperança é de que ele possa despertar alguém da inércia e fazer com que supere a Maya. Pode ser que estejam jogando pérolas aos porcos, mas temos sempre a esperança de que todos eles possam se tornar Bola’s de Neve....

27 junho 2010

Espiritismo: a religião comunista

Não há jovem, interessado e antenado com o mundo, que não tenha se encantado, ao menos por alguns minutos, pelo Comunismo. Esse regime que ao longo da história ganhou tons revolucionários encanta pelo nobre objetivo de proporcionar uma qualidade de vida satisfatória e igualitária a todos os cidadãos.

Uma característica do regime comunista que sempre me chamou a atenção foi a ausência de uma religião. Claro que com o exemplo da Igreja Católica durante a Idade Média, não era de se esperar que um regime libertador se rendesse a uma instituição controladora. A negação de uma figura centralizadora também corrobora com a ignorância religiosa, mas a crença no supra-sensível é fundamental para o conforto psicológico de um povo, não só como desculpa para a desigualdade, mas principalmente para uma explicação questões metafísicas (o que estamos fazendo aqui? para que serve essa vida? pra onde vamos?). A mesma fé que aliena, também traz esperança e conforto espiritual.

Analisando os preceitos do comunismo e as religiões em voga atualmente no mundo, percebi uma semelhança incrível, e quase inimaginável, entre o comunismo e o espiritismo. Para os espíritas o fundamental é o amor, preceito difundido sobretudo por meio da caridade. Os espíritas empenham-se em fazer o bem e ajudar todos que necessitam, encarnados ou não. Não se apegam ao dinheiro ou a bens materiais, sobrevivem de contribuições ínfimas e doações dos freqüentadores aos centros.

Mais utópico do que o comunismo é imaginar um comunista espírita. As duas doutrinas se encaixam, mas essa junção não seria simples. O ceticismo dos comunistas me parece intransponível, tanto que a maioria deles é ateu, se não acreditam sequer em Deus, dificilmente acreditariam em vida após a morte, reencarnação ou pior: manifestações, incorporações e psicografias de pessoas mortas.

A doutrina exposta por Marx é essencialmente materialista. Sabemos que o mundo está em constante evolução e que as idéias agregam-se e transformam-se com o passar do tempo. O comunismo não está completo, acredito que ainda haja melhorias realizáveis e certamente uma delas será no campo religioso/espiritual, por isso “fica a dica” aos próximos sociólogos.

---
Reflexões de uma apaixonada por sociologia que (ainda) não possui conhecimentos profundos na área. Curiosa e estudiosa, não tende ao vermelho nem ao azul e crê que todos somos um.
Nos bastidores da política nacional

Militante do PT e assessora de Lula em 1989, Maria Ester Costa afirma que “o Bolsa-Família valeu cada segundo de passeata, comício, assembleias de classe das quais participei.”

Formada em História e Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, Maria Ester Costa trabalha há mais de 25 anos com assessoria de imprensa voltada para políticos. Como destaque no seu currículo possui a participação na primeira campanha do presidente Lula, em 1989. Sobre esse e outros pontos relevantes de sua carreira conversamos com Ester, que nos contou um pouquinho dos bastidores do universo mítico da política nacional.

Bruna Moraes: Antes de se tornar assessora de imprensa você já gostava de política?
Maria Ester Costa: Sim, fui militante política no sindicato dos bancários na década de 80 e participei das manifestações contra a ditadura.

Bruna: Você acha que é fundamental ter esse gosto prévio pelo assunto? Ou o seu conhecimento de alguma forma te atrapalhou durante a carreira?
Ester: Eu acho muito melhor trabalhar com um assunto que você ache importante, acredite. Pode ser qualquer um, mas desde que se tenha alguma identificação acho que fica tudo mais fácil. Pode ser moda, economia, culinária, esportes, mas acho que é um bom começo gostar do assunto sobre o qual vamos escrever.

Bruna: Durante a sua carreira chegou a trabalhar com alguém em quem não acreditasse?
Ester: Não, tive muita sorte, em grande parte só escrevi sobre assuntos que achava interessante e trabalhei com pessoas que eu achava que tinham interesse em fazer algo de bom para o país.

Bruna: Com esses anos de experiência, acredita que é correto afirmar que a política transforma as pessoas?
Ester: Eu acho que a política nos torna mais inteligentes, mais capazes de analisar o mundo, é um super exercício intelectual, mas também com o tempo a gente vê muitos que acreditávamos desistindo de suas ideias e fazendo o mesmo que criticavam nos políticos tradicionais

Bruna: Você assessorou o presidente Lula, em sua primeira campanha em 1989, como ele era naquela época?
Ester: A campanha era paupérrima e havia muito preconceito contra ele, mas ele era muito acessível, vinha gente de todo o país visitar o comitê, pessoas ligadas aos movimentos populares, de luta pela terra. Foi uma campanha muito emocionante e romântica, apesar do jogo pesado de Collor, que acabou vencendo.

Bruna: E qual foi a sensação de vê-lo assumir a presidência em 2003? Chegou a pensar que era, de certa forma, uma vitória sua também?
Ester: Eu fui a Brasília na posse. Fui, na verdade, ajudar a mostrar as forças populares a que ele estava ligado, quem ele representava. Acho que a minha geração tem muito a ver com a vitoria de Lula, foi uma vitória de muitos de nós, também.

Bruna: E com ele no poder, a utopia virou realidade?
Ester: Em muitos aspectos sim. Costumo dizer que o Bolsa-Família valeu cada segundo de passeata, comício, assembleias de classe das quais participei. O Brasil está melhor, só o que para mim ainda é uma dúvida terrível é a educação. Não podemos aceitar e dizer que é bom, um pais que tenha 20% de analfabetos funcionais e o ensino com a qualidade inferior ao da Bolívia, como costumava dizer Darcy Ribeiro.

Bruna: Voltando o foco agora para toda a sua carreira, você lembra agora de alguma saia justa que tenha passado? Alguma entrevista que tenha marcado e o jornalista fugiu do tema, ou algum programa em que havia outros convidados que desagradavam seu cliente, ou caso semelhante?
Ester: Sim, um jornalista disse que ia falar sobre um assunto e veio com uma denuncia, com as perguntas prontas, sem dar chance para o meu assessorado argumentar. Na época ele era famoso por publicar coisas negativas do governo de Luiza Erundina. Foi muito chato ver a notícia publicada no dia seguinte, no final teve processo de ambos os lados, meu assessorado mandou distribuiu uma carta falando mal do jornalista, foi uma confusão.

Bruna: E o que fazer em situações como esta? E quando o candidato fica estigmatizado, é melhor assumir o estigma ou tentar criar outro?
Ester: Administrar a crise e depois gerir a situação, eu acho, ir analisando com cuidado as situações e deixar o tempo fazer sua parte para que as coisas saiam da pauta, caiam no esquecimento

Bruna: Para finalizar, Ester, gostaria de saber se com todo esse seu envolvimento e experiência política, já pensou, ou pensa, em se candidatar?
Ester: Só de pensar já teria um monte de gente querendo acabar comigo (rs). É um universo muito competitivo, eu não sei se teria capacidade para lidar com isso, acho os bastidores mais divertidos.

---
Repordução integral do Trabalho de Jornalismo Básico da Faculdade Cásper Líbero

26 junho 2010

“O meu Mickey Mouse é o Almanaque do Timão

Aos 42 anos, Celso Unzelte tem uma carreira de fazer
inveja a qualquer foca aspirante à área esportiva

Com 12 livros lançados, 11 deles sobre futebol, e tendo no currículo passagens pelas revistas Placar e Quatro Rodas, Celso atualmente participa do programa Loucos por Futebol da ESPN Brasil, faz boletins para a rádio Eldorado, é colunista do Yahoo Esportes, subeditor de esportes do Jornal DCI e há sete anos ocupa a cadeira de Jornalismo Básico da Faculdade Cásper Líbero.

Casado com Patrícia Unzelte, também jornalista, e pai de três filhos, ao falar da divisão do tempo entre jornalismo, as aulas e a família ele confessa: “é um malabarismo danado, mas eu sou muito disciplinado, tenho o timer certo para fazer as coisas”.

Jornalista experiente, tenta ensinar em suas aulas os conteúdos que gostaria de ter tido quando estudante e por isso antecipa as dúvidas de seus alunos “Eu trabalhei a vida inteira com revista e nunca tive uma aula sobre isso”. Ainda sobre o desafio de encarar o tablado, Celso diz ser um investimento para o seu futuro: “Jornalistas velhos são desvalorizados, você não vê nas redações gente com mais de 40 e quando vê, vê um. E professores velhos são valorizados, o professor adquire o respeito”.

Arrepende-se de não ter concluído o curso de História, que iniciou logo após concluir o de Jornalismo, e se diz um historiador frustrado, embora todos os seus trabalhos venham a culminar nessa área (tanto quanto no futebol).

Pelo fato de ter construído essa carreira de historiador do futebol e dizendo sempre: “prefiro mil vezes entrevistar uma fonte morta do que perguntar para um cara suado o que ele achou do jogo”, nunca teve pudor em demonstrar o amor pelo Corinthians. E foi justamente o seu time do coração que lhe rendeu o seu Mickey Mouse: um almanaque completo do clube do Parque São Jorge, com informações sobre todas as partidas e todos os jogadores que participaram desses cem anos do Timão. Sobre esse projeto, Celso conta que “começou como sonho de infância depois virou uma necessidade de um profissional da área”.

E a maior prova de que o seu amor pelo futebol é tão grande quanto pelo Corinthians, foi ter escrito o almanaque do arquirrival Palmeiras e estar planejando um também para o centenário do Santos.

Mesmo com tantos livros lançados, Celso considera-se um jornalista escritor, pois vive do jornalismo e eventualmente aparecem oportunidades para escrever livros.

Sobre o trabalho na TV, Celso não se deslumbra e diz que a sua estréea nas telas se deve unicamente a três letrinhas: PVC, o padrinho de casamento e ex-colega de Placar Paulo Vinícius Coelho foi o maior incentivador da sua contratação. Na ESPN, ao lado do amigo e de Marcelo Duarte, Celso apresenta o Loucos por Futebol, programa em que, entre histórias e curiosidades do esporte, podemos vê-lo cantando hinos excêntricos de vários clubes de futebol. A paixão pelos hinos, assunto sobre o qual ainda pretende escrever um livro, é uma junção de outras duas: o futebol e a música.

Além do livro dos hinos e do almanaque do centenário do Peixe, Celso ainda tem o projeto de um livro das Copas, com um diferencial em relação a todos lançados até hoje: informações detalhadas de todos os homens que participaram de cada uma das 16 edições do mundial. Como sonho, ele almeja a produção de uma revista própria, mas pelos anos de experiência sabe que o custo para se manter uma publicação é muito alto.

--
Reprodução integral do trabalho de Jornalismo Básico da Faculdade Cásper Líbero

16 junho 2010

Au, au, au o Edmundo é (um comentarista) animal

Aos 39 anos, ex-jogador inicia sua carreira como comentarista
e já é escalado para o mundial da África do Sul

O animal inconseqüente do começo da carreira de jogador de futebol não existe mais. Edmundo, atualmente é comentarista da TV Bandeirantes e empresário do setor da construção civil. A fama de bad boy, já apagada nos últimos anos nos campos, ficou num passado distante.

Integrante da seleção que amargou o vice-campeonato mundial em 1998, na França, ele participa este ano de sua segunda Copa do Mundo, na África do Sul, agora confortavelmente na cabine da TV, de terno e microfone na mão. Edmundo conversou conosco sobre essa nova fase de sua vida e sobre a Copa do Mundo.

Como surgiu a ideia de ser comentarista?
Convite de um amigo da Rede Tv que achou que pela minha forma de discutir futebol, daria certo como comentarista. Ele me convenceu.

Dentre as profissões seguidas por jogadores após a aposentadoria o eu objetivo sempre foi esse?
Não, não pensava em atuar na TV, mas me imaginava continuando no futebol.

Atualmente, descarta a ideia de ser técnico?
Sim.

Qual era a sensação de integrar a seleção em 1998?
Muito boa, tínhamos um grande grupo.

E hoje, qual a sensação de estar novamente em uma Copa do Mundo?
Muito boa, estou adorando o trabalho e o grupo.

Como é estar agora do outro lado? A imprensa realmente é tão "má" quanto parecia quando você fazia parte da seleção?
Nunca achei a imprensa má, achava e acho que na imprensa existe gente bem e mal intencionada, pessoas que fazem notícia de boato. Acho que deve ser assim em qualquer profissão, mas só tenho experiência com o futebol e com a imprensa.

Qual seleção representa maior perigo ao Brasil? Ainda temos que tomar cuidado com a França?
Argentina, pois cresce na hora decisiva ao contrário de algumas que amarelam. Além dela, Alemanha. Acho que a Espanha e a Holanda têm grandes times, mas pouca tradição de chegada. França tem camisa e não pode ser desprezada apesar do time estar fraco.

Quem faltou ser convocado na seleção do Dunga?
Ganso e/ou Ronaldinho Gaúcho, pelo menos um dos dois.

---
Reprodução integral do trabalho de Jornalismo Básico da Faculdade Cásper Líbero

25 abril 2010

O TM na TV (no Xanéu nº5)

=
Trecho retirado de um e-mail de quatro páginas, enviado à trupe d'O Teatro Mágico em abril de 2010.

(...)
Agora vamos ao motivo que me fez sentar em frente ao computador para escrever este texto: A apresentação do TM na Novela “Viver a Vida”, no horário nobre da TV GLOBO (ou Xanéu nº5). Pensei muiiiito sobre isso, de forma que construí argumentos positivos e negativos ao fato, e, sinceramente, não consegui acreditar que os prós compensaram os contras.

Sei que o projeto "O Teatro Mágico" cresceu magistralmente, a ponto de atrair a atenção de muita gente, foi a consagração do “acredite-se” que o Fernando Anitelli costuma dizer, e que escreveu no meu CD do Segundo Ato quando lhe pedi um autógrafo, no dia do lançamento, no vão livre do Masp, em junho de 2008.

Claro que as muitas pessoas tiveram contato com músicas perfeitas e de qualidade, o que é novidade se tratando de uma novela, e concordo que este fato seja positivo. Além disso, é uma vitória da música independente. Claro que significara mais espaço para o MPB.

Acho que eu sou muito saudosista por achar que todos deveriam conhecer o TM de forma mágica, como aconteceu comigo... Não é estranho que a 'Toda Poderosa Rede Globo' tenha aberto espaço para um grupo tão engajado com a arte livre? Ou será que eles nem sabiam disso? E quando “descobrirem” será que realmente esse espaço continuará aberto?

E para os que não conhecem o TM e são contra a Rede Globo e a massificação cultural, o TM será visto como parte do meio, parte do sistema alienador (uiii). E a essência? E Xanéu nº5? Bom, uma coisa é certa: nunca mais será usada como ilustração para o tema “Cultura de Massa” ou “Indústria Cultural” de uma aula de sociologia...

E as pessoas que viram esse projeto crescer, não é o meu caso, e sempre apoiaram a arte livre divulgada em meios livres, como é que ficam? A idéia de democratização cultural de vocês é aparecer na novela das oito da Globo?

Eu tenho muitas outras questões como essa sem respostas... Repito que pensei sobre todos os ângulos... Me emocionei ao vê-los na TV, mas alguma coisa me dizia que não era pra ser assim. Fiquei imaginado a trupe no Faustão, sem conseguir dizer uma palavra, com o balé lá traz fazendo as coreografias mais absurdas para as poesias mais sutis. Imaginei também o lançamento de uma rede de lojas, como aquelas que o Chiclete com Banana tem na Bahia, onde seriam vendidas as camisetas produzidas, agora em grande escala, porque a lojinha do Sr. Odácio não daria mais conta da demanda.

E se quando a turnê do terceiro CD terminar e vocês estiverem no auge da mídia, será que realmente considerarão a antiga de ideia de colocar um ponto final no projeto???

Não vou chamá-los de traidores do movimento, porque sei que tudo está em constante transição e devemos arriscar sempre. Vocês fizeram suas escolhas e agora devem responder por elas. Mas que eu ficarei muito triste em vê-los tratados como super stars em algum desses programas da tarde, ahhhh ficarei!

Deixo aqui o meu protesto, que já havia feito também pelo twitter, e os parabéns por esse trabalho que me ajudou a construir um pouquinho do que eu sou hoje e que sem o qual seria impossível montar a trilha sonora da minha vida.

(...)
=

08 abril 2010

Professores encerram Greve de 33 dias

Os professores da rede estadual de ensino decidiram na tarde desta quinta-feira, 08 de abril, pela suspensão da greve que já durava 33 dias.
Em novo ato no vão livre do MASP, Av. Paulista, com carro de som e representantes de todas as partes do estado os professores decidiram em assembléia pela não continuidade da greve, palavras dos manifestantes: “Professor que é professor sabe porque tem que voltar a sala de aula”
Após discursos de trabalhadores, sempre iniciados com “Companheiros e companheiras” e enfatizando a unidade da categoria e a postura combativa e corajosa de permanecer 33 dias parados, iniciou-se uma votação que culminou na decisão da suspensão da greve e da não passeata até o centro. A votação foi bem equilibrada e com poucas abstenções.
No meio da manifestação, discursos como “Contra Serra e contra o governo Lula” puderam ser percebidos, além dos já tradicionais “Vamos pra imprensa”.
Ao fundo, era possível escutar “Alegria, Alegria” música de Caetano Veloso que embalou muitos protestos contra a ditadura; bandeiras da UMES tremulavam sem parar; e centenas de policiais militares vigiavam a manifestação.
O próximo ato ocorrerá dia 07 de Maio, pois “A greve acabou, mas a luta continua”, frase unânime e entre todos que subiam no carro de som.

31 março 2010

Eu + Você

O primeiro termo eu sei de quem se trata, conheço bem todos os defeitos, qualidades e insanidades. O segundo poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por um desenho daquele músculo involuntário, composto por 2 átrios e 2 ventrículos, que bombeia o sangue para todas as partes do corpo. Mas e o terceiro membro? Do qual nada sei, mas espero tudo? Presente em meus devaneios. Devaneio do meu presente. É incógnito, embora tenha sido aclamado com veemência e carência impares nos últimos tempos. Tome forma, é o brado que emana forte e puro. Apareça, desenhe-se! Venha ser o presente do meu presente. Por tempo indeterminado, intensidade não comedida – há sim, é, há espaço! Mas cuidado com o meu nível de exigência e não desafie a minha liberdade.

*Momento "'tô carente", ouvindo Vanessa da Mata

27 março 2010

Excursão à Zona Leste


Saí da Zona Norte rumo à Zona Leste. Para percorrer este trajeto precisei pegar dois ônibus: o primeiro, na esquina da minha casa, que demorou mais do que o habitual, e o segundo na Avenida Celso Garcia, pouco depois da Ponte da Vila Guilherme. Não havia trânsito no caminho do primeiro ônibus, que leva também a marginal, e eu consegui chegar rapidamente ao ponto onde passa segunda condução.

Foi justamente neste ponto que começaram os meus problemas. O ônibus que eu esperava demorou muito e quando chegou, eu, no afã de entrar o mais rápido possível, fiquei presa na porta. Isso mesmo: a porta fechou em mim. Felizmente não sofri nenhum ferimento, apenas constrangimento. Quando me recuperei do susto, o motorista soltou um sonoro “Viu, de novo!”, para o cobrador.

Neste instante reparei que o problema não foi a minha pressa, mas sim a porta que estava com problemas e fechava sozinha. Ótimo consolo pra quem está atrasado.

O caminho inteiro foi cheio dessas surpresas desagradáveis. O cortês cobrador segurava a porta de trás para que ela não fechasse enquanto as pessoas desciam, com isso ganhava mãos vermelhas e doloridas. Já na porta da frente não havia o que se fazer. O ônibus parou. Ótimo eu nem estava atrasada mesmo. Os passageiros, que cochilavam, despertavam assustados.

“O que aconteceu?”, me perguntou uma senhora num banco ao lado, “O motorista está ligando pra garagem, pra ver se resolve o problema das portas”, esclareci.

Motorista resmunga, cobrador queixa-se de dor nas mãos, o telefone da garagem não atende. Seguimos.

Nas calçadas, mais pessoas dão sinal e o motorista pára novamente, com ressalvas de cuidado e atenção, temeroso de que algum velhinho se machuque gravemente e ele seja responsabilizado. Já com mais de 75% da viagem realizada ele finalmente desiste, pára o ônibus e faz com que todos desçam. A viagem deles terminou. A minha apenas 10 minutos depois, em mais um ônibus.

04 fevereiro 2010

Ode a Whitman

Fazer o que se quer, nem sempre é possível
mas fazer sempre o possivel, tem que ser parte do que se quer
Evite brigar, discutir, descontinuar...
Vamos fazer a nossa parte
Aprender, brincar, viver, crescer
Crescer e amadurecer, em todos os niveis de vibração
Temos que decidir o final, e deixar que o vento nos sopre a direção
Direção de quem vai ou de quem fica.
Fica mas vai, porque o inteiro sem metade continua sendo inteiro, mas pela metade.

Salve o grande Whitman que nos deu os versos brancos.
Abençoado seja.
Bijam.